terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

O que é lugar de fala?

 Amanda Lima


Ao escrever esse livro, a filósofa, feminista e acadêmica brasileira Djamila Ribeiro trouxe uma perspectiva de olhares plurais ao questionar o que é esse “lugar de fala”. O conceito de lugar de fala não significa exclusividade de fala, porque limitar discursos surgiu do pensamento eurocêntrico positivista. Lugar de fala vem de uma perspectiva, do lugar a partir do qual se fala.
O lugar de fala vem de uma perspectiva, do lugar a partir do qual se fala, mas isso tudo prescinde de um olhar interseccional, que diz respeito às intersecções ou recortes de opressões e vivências que devem ser feitos quando se for analisar as estruturas de dominação-exploração bem como os sujeitos atingidos sem privilégios por elas. É sobre vivência, saber ouvir e aprender com quem vivencia e tem algo a ser dito e a não silenciar.
O lugar de fala se refere muito mais ao respeito e compreensão às vivências do outro. Em um debate você poderá pontuar as suas opiniões respeitando e lembrando-se de não desqualificar e pensar quem possui mais propriedade em falar sobre as vivências do outro.
Em seu livro, o conceito que Djamila Ribeiro aborda para tratar o conceito de lugar de fala é através das reflexões sobre as mulheres negras e a importância de se estudar e entender o surgimento do feminismo negro, mostrando que as mulheres possuem situações diferentes. Ou seja, é a partir da experiência dessas mulheres mediante uma ferramenta teórico conceitual que possibilita que aqueles que são silenciados na produção de conhecimento possam nomear suas experiências a partir das suas próprias vivências, e não de um ponto de vista externo.
Por mais que você tenha consciência das opressões que não te pertencem, as experiências que você possui não são suficientes para falar pelas outras pessoas.

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