domingo, 18 de agosto de 2019

Racismo genderizado


Por Mônica Rocha dos Santos


“(...) Você gostaria de limpar nossa casa” –
Conectando “Raça e gênero”

Grada Kilomba, no seu texto, nos faz revisitar nossas próprias memórias, ao narrar situações que fizeram parte da sua infância e que em algum grau pode ter acontecido ou acontecer com outras meninas negras. Os seus questionamentos sobre as conexões entre raça, gênero e racismo, também se transformam rapidamente em nossos questionamentos.

A pergunta de onde está à mulher negra dentro das discussões de gênero ou dentro das discussões raciais, perpassa todo o texto, ficando evidente o lugar invisível dessas sujeitas na literatura e na militância. As demandas das mulheres negras não se encaixam apenas em um desses grupos, logo são esquecidas por ambos.

É importante entender a mulher negra em um contexto onde são acometidas por múltiplas opressões, que muitas vezes não podem ser hierarquizadas, pois agem de forma interseccional.  Assim, Kilomba fala de racismo genderizado para definir o “racismo sofrido por mulheres negras como estruturada por percepções racistas de papéis de gênero”.

Somos alertadas(os) para o papel da mulher negra como sujeitas falantes “que estão transformando a teoria” e principalmente a importância da mulher negra como pesquisadora  fato que pode “implicar tanto as maneiras pelas quais ‘raça’ e gênero têm sido teorizado até agora quanto para a teoria social em geral”. 

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