Por Mônica Rocha dos Santos
“(...) Você gostaria de limpar nossa casa”
–
Conectando “Raça e gênero”
Grada
Kilomba, no seu texto, nos faz revisitar nossas próprias memórias, ao narrar
situações que fizeram parte da sua infância e que em algum grau pode ter
acontecido ou acontecer com outras meninas negras. Os seus questionamentos sobre
as conexões entre raça, gênero e racismo, também se transformam rapidamente em
nossos questionamentos.
A
pergunta de onde está à mulher negra dentro das discussões de gênero ou dentro
das discussões raciais, perpassa todo o texto, ficando evidente o lugar
invisível dessas sujeitas na literatura e na militância. As demandas das
mulheres negras não se encaixam apenas em um desses grupos, logo são esquecidas
por ambos.
É
importante entender a mulher negra em um contexto onde são acometidas por
múltiplas opressões, que muitas vezes não podem ser hierarquizadas, pois agem
de forma interseccional. Assim, Kilomba fala
de racismo genderizado para definir o “racismo sofrido por mulheres negras como
estruturada por percepções racistas de papéis de gênero”.
Somos
alertadas(os) para o papel da mulher negra como sujeitas falantes “que estão
transformando a teoria” e principalmente a importância da mulher negra como
pesquisadora fato que pode “implicar
tanto as maneiras pelas quais ‘raça’ e gênero têm sido teorizado até agora
quanto para a teoria social em geral”.
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