Amanda Lima
Ao
escrever esse livro, a filósofa, feminista e acadêmica brasileira Djamila
Ribeiro trouxe uma perspectiva de olhares plurais ao questionar o que é esse
“lugar de fala”. O conceito de lugar de fala não significa exclusividade de fala, porque limitar discursos surgiu do pensamento
eurocêntrico positivista. Lugar de fala vem de uma perspectiva, do lugar a partir do qual se fala.
O lugar de fala vem de uma perspectiva, do
lugar a partir do qual se fala, mas isso tudo prescinde de um olhar
interseccional, que diz respeito às intersecções
ou recortes de opressões e vivências que devem ser feitos quando se for
analisar as estruturas de dominação-exploração bem como os sujeitos atingidos sem
privilégios por elas. É sobre vivência, saber ouvir
e aprender com quem vivencia e tem algo a ser dito e a não silenciar.
O
lugar de fala se refere muito mais ao respeito e compreensão às vivências do
outro. Em um debate você poderá pontuar as suas opiniões respeitando e lembrando-se
de não desqualificar e pensar quem possui mais propriedade em falar sobre as
vivências do outro.
Em
seu livro, o conceito que Djamila Ribeiro aborda para tratar o conceito de
lugar de fala é através das reflexões sobre as mulheres negras e a importância
de se estudar e entender o surgimento do feminismo negro, mostrando que as
mulheres possuem situações diferentes. Ou seja, é a partir da experiência
dessas mulheres mediante uma ferramenta teórico conceitual que possibilita que
aqueles que são silenciados na produção de conhecimento possam nomear suas
experiências a partir das suas próprias vivências, e não de um ponto de vista
externo.
Por
mais que você tenha consciência das opressões que não te pertencem, as
experiências que você possui não são suficientes para falar pelas outras
pessoas.
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